quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Promessas a sério, para quando?

Os dados apresentados pelo INE, no passado dia 14 deste mês, referentes ao desemprego em Portugal, revelam que no segundo trimestre de 2009, a taxa de desemprego no Algarve apresentou uma ligeira diminuição, face ao primeiro trimestre, antes situava-se nos 10,3% e agora situa-se nos 9,00%, há portanto uma diminuição de 1,3 pontos percentuais. O Algarve e o Centro são as únicas regiões do país que apresentaram um diminuição do desemprego neste segundo trimestres, nas restantes NUTS, a taxa contínua a subir. Não se compreende portanto, este sinal de optimismo do Primeiro-Ministro. Consultem o site do INE e comprovem-no. E em relação à taxa homóloga de 2008, nota-se perfeitamente que continua em crescimento. Falar de abrandamento da crise e consequentemente de diminuição da taxa de desemprego é mais uma das campanhas de marketing do Governo. Em relação ao Algarve, se a taxa desceu, todos sabemos porquê, e também sabemos que no próximo trimestre voltará a subir e também saberemos os motivos e as consequências que advêm, principalmente em Albufeira.
O tema da Segurança no Algarve continua a ser tabu, os políticos não falam, as entidades competentes nada dizem, todos querem esconder os dados para não alarmar a população e para não deixar ir embora os turistas. Se por um lado, essa discrição é compreendida para não aumentar o tal “sentimento de insegurança”, o mesmo não acontece com a intervenção policial em plena praça pública. Ontem, quem passou pela nova rotunda, junto ao terminal dos autocarros, por volta do meio dia, pôde presenciar um aparato policial para revistar dois supostos criminosos, em plena luz do dia e na confusão de um fim de feira, com dezenas e dezenas de pessoas a assistirem, muitos eram turistas. Então, estas cenas de países de terceiro mundo, não são negativas e nefastas para o turismo? Naturalmente que estas intervenções policiais têm de se fazer, e ainda bem que se fazem, até se pedem mais e com maior regularidade, o que me parece não ser coerente, é não querer alarmismos e depois prendem-se pessoas em plena via pública, será epenas para mostrar serviço? Espera-se que não!
O próximo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, vai ter um grande problema em mãos, aliás, dois, um - a Segurança e o outro é a Saúde, bandeiras já há muito reclamadas pelo candidato do CDS – Alexandre Freitas.
Bem sabemos que estes dois sectores pertencem a outras tutelas, e que localmente, as entidades pouco ou nada podem fazer. Isto é o que acontecia até então, porque daqui para a frente, esta é uma questão que tem de ser tratada localmente, com o inevitável apoio das respectivas tutelas, e porquê. Como vimos pelos dados estatísticos referentes ao desemprego, a crise está para durar e os problemas sóciais vão continuar a aumentar, com o fim do verão, haverá muitos imigrantes sem trabalho que têm de comer, se não ganham, o que vão fazer depois? Perante tais evidências, conhecendo as consequências, é tempo para o Presidente da Câmara desenvolver estratégias para combater um flagelo que poderá trazer muitos dissabores para Albufeira, que não passam só pela revitalização de zonas degradadas, passa por criar uma cidade menos caótica, menos urbanista, mais ecológica e amiga do ambiente, mais organizada e menos confusa, onde seja possível respirar-se espaços verdes e desfrutar de uma vida mais saudável. Quanto à questão da Saúde, é outro problema que terá de se resolver num futuro próximo, e não basta dizer que vai ser criado um hospital particular, tem de haver respostas concretas para a restante população. A população de Albufeira não pode continuar a pagar impostos e ser mal servida ao nível da saúde, se há financiamento para escolas, porque não haverá para hospitais? O actual Centro de Saúde é uma autêntica nódoa em termos de resposta útil e de eficácia, a cidade tem de evoluir no seu todo, e é aqui que os nossos políticos pecam, não sabem encarar os verdadeiros problemas da sociedade com a dedicação que se exige, deixam-se ficar apenas pelas tais promessas como sabemos, será que algum dos candidatos já prometeu a construção de um Hospital Municipal ou se vai ser mais exigente e determinado nas questões de segurança, com uma Policia Municipal a sério, mais activa e preventiva. Não, isso não se ouve infelizmente.

1 Comentário:

Anónimo disse...

A propósito de um anónimo que criticou um texto meu e que não acha mal p sr Desidério dar medalhas em ano de eleições. Na função pública quando se agraciam os melhores, sobem-se de escalão... As medalhas são piruetas honoríficas que muita gente dispensa.
Desde meados do sec. XX que muitos destes comportamentos foram sendo banidos pela confusão de valores e de certos avaliadores (EM CAUSA PRÓPRIA!)... Permaneceram aqui e ali unicamente nos casos em que isso era uma tradição muito enraizada. Exemplos: desporto; homenagens de distinção para artistas e outras individualidades que se destacam do conjunto dos portugueses, como poetas, atletas, políticos, investigadores, etc....

Meu caro anónimo. O senhor(a) poderia merecer toda a minha compreensão e estima. E não desmerece. Mas desde que aceite reflectir, em consciência, sem beatérios políticos e reaccionários, que isto de dar medalhas em 20 de Agosto de 2009, a cerca de 1 mês e meio de eleições autárquicas, a trabalhadores da câmara que em nada desmerecem, mas também em nada merecem em relação a tantos outros, é uma "grande ratice", um puro oportunismo de Desidério Silva. Aliás, quando penso isto deste autarca egoísta (porque as medalhas revertem-se para o seu bem pessoal), só faço o raciocínio que ele me tem inspirado como político desde há 8 anos. As leituras e interpretações que fazemos de certos actores políticos, são-nos inspiradas pelas suas condutas de acção! E pergunte-se, só um pouquinho: não acha que desde que é conhecido, este autarca é o maior vaidoso que já passou por esta câmara? E acha que sou eu que o faço vaidoso? Acha que sou eu que não agracio os funcionários da Cãmara? Acha que os funcionários da Câmara são funcionários do Sr Desidério ou são de todos nós?
Não me afecta nada que o faça.... Mas como tenho cabeça para pensar até que possa e onde puder, eu daria uma outra prenda àqueles que se distinguissem. Subia-lhes o índice ou escalão do ordenado. E garanto-lhe que lutarei para que a mossa Assembleia da República legisle sobre estes fenómenos de corrupção ética, porque as medalhas não têm que ser chamadas aqui para quem trabalha e cumpre as suas tarefas!
Se, nos hospitais, nas escolas, nas finanças, nas repartições públicas deste país, os chefes descobrem esta "treta" e "mama" das medalhas, então... meu caro amigo, que venha uma onda gigante e nos leve a todos!
Não se deixe enrolar por patetices do passado. E este Desidério é mesmo saudosista dum passado que já me fez sofrer muito! Por isso, prefiro relações cordiais puras e sinceras, em lugar das que este homem continua a "pintar" a seu bel prazer. Garanto-lhe que se fosse funcionário não receberia medalha nenhuma. Assim é que os ingénuos deste país foram sendo levados para estruturas de dominação das suas consciências, quer religiosas quer políticas... E houve gente presa, torturada, morta.. para agora assistirmos a espectáculos de bajulação.
Não acredito que este tipo ganhe as eleições... Isto vai dar que falar aos que não terão nunca medalhas, nunca tiveram, e, sobretudo, nunca esperarão por medalhas... Agraciamentos?!!! Pode explicar isto, dentro da conjuntura do sistema de avaliação (SIADAP) que os funcionários já têm? Não meu caro... assim passaríamos todos por parolos e acéfalos, e o sr Desidério em vez de ter ou não ter cão, o melhor é ir governar uma associaçãozeca das que criou. Ou, talvez, se queira dedicar à cunhagem de medalhas, já que é desenhador!?!!!
Tenha paciência, mas acorde. Se não quiser não misture valores de excelência com bajulice política. É só o que isto representa, por muito que me custe não ser simpático para os madalhados. Se recusassem as medalhas amanhã seriam tratados como heróis, e, aí sim, faziam uma demonstração de solidariedade superior para com todos os seus colegas já passados e com os presentes. Desidério é marca muita rasca, em matéria de educação social e civica. Isto é característico dos ditadores!

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