A ideologia do poder oculto na política
Porque é que o poder está por detrás do trono? É simples, o Homem tem tendência em agrupar-se segundo determinados interesses, com regras hierárquicas bem definidas, que lutam por controlar e dominar algo que lhes convêm e, a melhor forma de o conseguirem é colocar alguém junto do poder, normalmente são pessoas com uma acção quase imperceptível mas bastante influentes, que têm como finalidade exercer pressão e defender os seus interesses e os dos seus pares.
A tristeza deste comportamento humano não reside só nos homens que se escondem e controlam, mas principalmente naqueles que pensam que detêm o poder. Na realidade são meros “testas de ferro”, que a troco de uma melhor vida e de alguma ilusão, vendem a sua dignidade, os seus princípios e a sua moral, empobrecem a democracia e corroem a sociedade com a sua ambição desmedida ou até às vezes forçada. Criminalmente é um comportamento punível, mas todos fecham os olhos, é a corrupção materializa em descrédito e desconfiança nas instituições democráticas. Portugal está cheio destes casos, como todos sabemos é um país com um nível de corrupção bastante elevado, no qual se age com um low profile de fazer inveja aos países de leste, verdadeiros mestres no tráfico de influências.
Infelizmente é assim por todo o lado e Albufeira não é excepção, numa escala mais pequena, mas igualmente punível e condenável, temos cá diversos lobbies que se fazem representar, directa ou indirectamente, nas várias estruturas da sociedade e do poder, que vão gerindo cada um desses interesses, numa luta de equilíbrios precários, iludindo os mais distraídos, levando-os a pensar que é tudo perfeitamente natural e sério.
Albufeira, pelas suas características naturais, pela sua localização estratégica e pela sua capacidade de gerar riqueza é desmedidamente apetecível e não são só os lobbies do “betão” que predominam em Albufeira, há os mais ou menos secretos e discretos que não temem a Deus, mas a um “Arquitecto”, há os visíveis, que aparentemente pouco ou nada fazem, mas o seu poder é enorme nas ligações e teias que estabelecem para atingirem os seus fins. Esses são os piores, porque actuam com a capa da legalidade, que é feita à medida e, por acaso, serve-lhes perfeitamente, e quando é preciso ajustá-la, é defendida por verdadeiros guardas “pretorianos”, camuflados de advogados e por algumas tristes figuras que se contentam com migalhas, deixando a parte de “leão” aos verdadeiros “donos” desta democracia, os homens do dinheiro!
Mas o que é que isto tem a ver com a política local? Tem tudo, porque os políticos já não são os homens que têm apenas a capacidade de influenciar os outros com as suas opiniões e ideias na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, são mais do que isso, são “veículos” para a manutenção de um determinado Status Quo, que interessa a meia dúzia, pouco importa a cor do partido e a sua ideologia, o que importa é se este ou aquele é de confiança, para que as coisas se mantenham como estão. Localmente é notório, porque as pessoas conhecem-se todas e é mais fácil perceber as intenções de cada um e as ligações que têm.
Puxando aqui o assunto do post anterior, os políticos em Albufeira, com algumas excepções, são “chicos-espertos”, oportunistas, pessoas sem escrúpulos e pouco inteligentes, que fazem política de trazer por casa, amordaçada, para não permitir o debate de ideias, e só assim se mantêm na governação do concelho a seu belo prazer como se de uma coutada se tratasse.
Por tudo isto e para bem de Albufeira e da democracia, era bom que a próxima geração de políticos, tanto o PS como PSD e os outros partidos também, impedissem a ascensão de pessoas como o Eng. Sequeira, que tanto serve o PS como o PSD e os interesses instalados e o Dr. Paulo Dias, que de políticos tem pouco ou quase nada e ninguém lhes conhece ideias de fundo para melhorar a sociedade, que usam a política para se promoverem em detrimento do bem comum e da causa pública.
O PS-Albufeira já deu o primeiro passo, David Martins pode representar essa nova geração e, depois de Desidério, espera-se que o PSD-Albufeira, possa fazer o mesmo, encontrar pessoas à altura, equidistantes destes males de que a democracia padece, desligadas de interesses particulares e mesquinhos, mas que lutem por um Concelho mais produtivo, mais qualificado e mais seguro, para bem dos seus concidadãos.